Marcelo Ádams

Marcelo Ádams

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Pequenas violências silenciosas e cotidianas

Um espetáculo que empurra os espectadores em direção a uma nova forma de sensorialidade, na qual são privilegiadas fundamentalmente a visão fragmentária de corpos e a escuta atenta de estilhaços de pensamentos. Uma experiência estética desafiadora e original, que exige de seus testemunhantes um abandono às tradicionais formas de se assistir teatro. Pequenas violências silenciosas e cotidianas impõe-se como uma das mais ousadas construções cênicas do nosso teatro que já presenciei, que nos entrega - com seu ritmo ágil e absolutamente preciso, beirando tecnicamente a perfeição -, uma espécie de odisseia marginal, na qual conseguimos identificar uma linha condutora principal, que envolve o planejamento e a execução de um atentado a bomba em um ônibus, e uma série de linhas paralelas/convergentes, em que figuras mais ou menos silenciosas, mais ou menos preconceituosas, mais ou menos fracassadas, deixam entrever suas ideias de mundo em fluxos narrativos que se sucedem.
Apesar da originalidade da proposta do encenador e dramaturgo Fernando Kike Barbosa, identifico afinidades artísticas entre esse seu espetáculo e trabalhos da companhia teatral paulistana Club Noir, comandada por Roberto Alvim. Alvim esteve neste 2013 no Porto Alegre em Cena, com sua trilogia Peep Classic Ésquilo, na qual encenou, em versões pocket (entre 25 e 30 minutos cada), todas as sete peças daquele que é considerado o pai da tragédia. Em comum com a experiência de Alvim, está o uso da iluminação como elemento fundamental da encenação. Se na trilogia grega a iluminação era a mesma nas três encenações (uma lâmpada fluorescente ao fundo do palco, que iluminava a cena e os atores apenas através do recurso do "contra", eliminando totalmente as expressões faciais e transformando os atores em silhuetas estáticas e falantes), causando na audiência um perturbador estado de irrealidade, na montagem dirigida por Kike, as lanternas manipuladas pelo elenco, em rapidíssimas transformações de cores e de ângulos, deixam entrever uma narrativa oposta em dinâmica, pois nos surpreende continuamente, durante seus pouco menos de 60 minutos. Pequenas violências silenciosas e cotidianas me remeteu à estética cinematográfica, com seus cortes rápidos e isolamento de suas figuras em nichos, e, principalmente, aos quadrinhos, pelo inusitado suceder de enquadramentos (ditados pelo ângulo das lanternas em relação aos corpos que iluminam) e pelo uso das cores (vermelho, azul, verde, amarelo), que auxiliam na identificação das figuras que vemos.
O elenco é incrível, e cumpre suas dificílimas tarefas de maneira admirável. Cassiano Ranzolin, Janaina Pelizzon, Liane Venturella, Rafael Guerra e Rodrigo Mello se desdobram em várias personas, risíveis, ridículas, patéticas, assustadoras. Ainda que o foco da encenação não seja totalmente no trabalho vocal dos atores (como era na trilogia de Alvim), em Pequenas violências há belos exemplos do potencial que a voz humana tem no teatro, e mais especialmente no teatro contemporâneo, que muitas vezes é equivocadamente relegado apenas a um teatro de imagens e de tecnologias, mas que tem, em seus melhores momentos, deixado aos atores o protagonismo absoluto (não é a voz humana uma das mais perfeitas e infinitas tecnologias?).
Dentre inúmeras cenas inesquecíveis, algumas retumbam com maior intensidade: Cassiano Ranzolin e seu olhar assustador. Liane Venturella e sua mulher com o cachorro. Janaina Pelizzon e sua narrativa da sedução. Um espetáculo imperdível, criado no Teatro de Arena de Porto Alegre, e que merece toda a atenção possível. Em janeiro, eles estarão se apresentando em Recife (PE), e retornam a Porto Alegre ainda no primeiro mês do ano, na Sala Álvaro Moreyra. Esse é um daqueles espetáculos dos quais se pode dizer com todas as letras: não perca.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Azul é a cor mais quente

Um filme excepcional, vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes 2013 nas categorias Diretor (o tunisiano Abdellatif Kechiche) e Atriz (Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux: pela primeira vez na história do festival, o prêmio de atuação foi dividido). Em quase três horas de projeção, Azul é a cor mais quente, inspirado livremente na graphic novel homônima da francesa Julie Maroh nos proporciona um encantador mergulho no amadurecimento de uma jovem de 17 anos (Adèle), que se descobre atraída por meninas após uma primeira relação sexual não muito satisfatória com um rapaz. Sua experiência com uma garota a faz se apaixonar por Emma, estudante de Belas Artes alguns anos mais velha, que usa os cabelos tingidos de azul, e que marcará sua vida a partir dali.

O trabalho das duas protagonistas é realmente impressionante: a autenticidade e a sensibilidade de suas atuações são irresistíveis. O roteiro abre mão de grandes reviravoltas, investindo tudo nas situações banais, no cotidiano, com poucas (e perturbadoras) oportunidades de provocar terremotos emocionais. E é isso que torna o filme tão verdadeiro e as situações tão lindamente singelas: a identificação que sentimos com as dúvidas, as alegrias, as intensidades, as frustrações que são partes intrínsecas de relacionamentos amorosos. As duas moças se conhecem, se conquistam em um jogo delicado de sedução, depois consumam fisicamente seu amor em uma longa cena de sexo (quase explícito) que dura nove minutos, e que acabou sendo o motivo principal pelo qual o filme é tão falado por aí. Mas essa cena não é o clímax do filme, dentro da profundidade que ele oferece: uma cena em que duas mulheres lindas, perfeitas, se entregam ao prazer tem, no contexto de Azul é a cor mais quente, semelhante força dramática que a cena em que as mesmas duas fazem um piquenique e se olham, transmitindo toda a eletricidade da conquista. 
É um dos grandes filmes do ano, ou dos últimos anos. Belo, comovente, sincero, e indispensável.
 

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Capitão Phillips

Paul Greengrass pode não ser um cineasta muito conhecido para a grande maioria dos frequentadores de cinema, mas ele é um dos mais eficientes comandantes de filmes de ação surgidos nos últimos tempos. Não aquele tipo de filme de ação baseado unicamente em explosões e tiros, subgênero que teve seu auge nos anos 1980 e 1990, com produções que tinham Arnold Schwarzenegger, Sylvester Stallone, Jean-Claude Van Damme e mais uma matilha de heróis rosnadores e de mira incrivelmente precisa como protagonistas. É claro que o explode-explode deixou herdeiros, e hoje em dia Vin Diesel e Jason Statham passaram para as fileiras da frente na nunca superada cartilha do "tiro pelo tiro", algo como a "arte pela arte", onde o motivo para atirar não conta, basta que ele exista, pois se auto justifica.
Greengrass dirigiu A supremacia Bourne (2004) e O ultimato Bourne (2007), a segunda e a terceira partes da "trilogia Bourne", filmes baseados nos romances do escritor Robert Ludlum, que traziam como protagonista o ator Matt Damon interpretando um ex-agente secreto que perde a memória e passa a ser caçado tanto pelos ex-companheiros quanto pelos antigos e atuais inimigos. Dois filmes impecáveis no que se refere à carga de adrenalina, de criatividade nas soluções fílmicas e no ritmo frenético imprimido às sequências de pancadaria. Greengrass trouxe de volta a verossimilhança aos filmes de ação, que naquele momento, graças aos excessos, provocava frequentemente um riso de descrença e/ou um bocejo de tédio, dada a quantidade inacreditável de projéteis que as armas dos antigos heróis de ação pareciam dispor nos tambores de suas pistolas, metralhadoras e similares.
Com Voo United 93, de 2006, Greengrass encena um emocionante e angustiante petardo, a reconstituição quase documental dos incidentes que levaram ao sequestro e à destruição do voo 93, sequestrado por terroristas no Onze de Setembro de 2001, no qual os passageiros lutaram até o fim, corpo a corpo, com os raptores, até o aniquilamento de todos em virtude da colisão contra o solo, na Pennsylvania.
Este Capitão Phillips (2013) novamente baseia-se em fatos reais, ocorridos em 2009, quando o capitão de um navio de carga, Rich Phillips, passando com sua tripulação ao longo da costa da Somália, é abordado por um grupo de piratas somalis, e tem sua embarcação sequestrada. O pior acontece quando Phillips é levado junto com os piratas em um pequena baleeira (barco de pequenas proporções), e passa horas de intenso sofrimento, até ser resgatado pelas tropas americanas.
O filme é de uma tensão lancinante, nas suas quase duas horas e meia de ação. Greengrass constrói um filme incrível, muito bem filmado e editado, o supra sumo do gênero. E ainda traz Tom Hanks em uma linda atuação, especialmente naquela que é sua última cena no filme, já tendo sido resgatado pelos SEALS americanos, e em estado de choque após o desenlace trágico e sangrento. De verdade.

sábado, 30 de novembro de 2013

FRANKY/FRANKENSTEIN: UM BISTURI NA MÃO E UMA IDEIA NA CABEÇA

A nova produção de teatro para crianças do Teatro Sarcáustico, Franky/Frankenstein, se alimenta - como é usual na trajetória do grupo porto alegrense que estás prestes a completar 10 anos de atividades - da cornucópia inesgotável de referências pop do mundo contemporâneo. Desta vez, o Sarcáustico recuou um pouco mais no tempo (não uma novela de Stephen King ou o filme dela adaptado, como em Jogo da memória; tampouco a vida de Michael Jackson e de outros astros pop do século XX, como em Wonderland e o que M. Jackson encontrou por lá), e foi buscar material em uma das mais célebres histórias de horror já produzidas: o romance Frankenstein, de Mary Shelley, escrito no começo do século XIX. Transformar uma obra-prima gótica em uma história para crianças é uma proposta tão inusitada quanto arriscada, mas o Sarcáustico se sai bastante bem.
Como é anunciado pelos atores ao final da sessão, trata-se de uma produção independente, sem nenhum financiamento público que banque as despesas próprias de uma produção teatral, o que evidencia-se na simplicidade dos elementos visuais do espetáculo, como cenografia e figurinos. Simplicidade, no entanto, não é, jamais, sinônimo de precariedade, já que os criativos e funcionais figurinos de Fabrízio Rodrigues dão conta das necessidades, brincando com uma estética preto e branco, típica dos filmes de horror do estúdio Universal dos anos 1930 e 1940, de onde saíram as primeiras versões cinematográficas de personagens como Drácula, Múmia, Lobisomem e o próprio Frankenstein.
Porém, como trata-se de uma produção sarcáustica, o grupo cita a referência original a partir do filtro de outro grande apreciador dos fenômenos pop: o cineasta Tim Burton, que em vários de seus filmes (desde o curta metragem Frankenweenie, passando por longas como Os fantasmas se divertem, Ed Wood, Edward Mãos de tesoura e Sombras da noite) traz personagens desajustados, que têm dificuldades no convívio com seres humanos "normais". Assim, Franky/Frankenstein aproveita, de Mary Shelley, a história do monstro criado a partir de pedaços de cadáveres por um cientista (Dr. Victor Frankenstein) que queria sentir-se como Deus, ao dar vida a carne morta. Mas em lugar de braços, pernas e cérebro, o menino Frankenstein (Vitinho para os mais chegados) retira das crianças da plateia um nariz com ranho, uma orelha com cera, cabelos com piolhos, barriga com vermes e um pé chulepento para criar sua criatura; e o objetivo não é ser Deus, mas ter um amigo (Vitinho é um nerd, "apesar da palavra ainda não ter sido inventada na época").
Como fica claro, o humor é a principal arma do espetáculo, através da dramaturgia (coletiva do grupo) que debocha de situações aterrorizantes, abraça uma estética de histórias em quadrinhos e uma constante metalinguagem, esta, incomum para espetáculos de teatro infantil.
Com apenas dois atores (Guadalupe Casal e Ricardo Zigomático) que dão vida a algumas personagens cada um, o espetáculo é uma bela surpresa, e, confesso, é o tipo de peça para crianças que me atrai como espectador: aquela que não deixa um adulto, como eu, indiferente, já que as situações e piadas contemplam, muitas vezes, pelo menos duas camadas de significado: uma mais acessível a crianças pequenas, com menor bagagem cultural, e outra que cita, como já disse, filmes de horror clássicos e cenas de filmes que fazem parte da história do cinema. É assim, por exemplo, com a trilha sonora, grandemente calcada (se não integralmente) em trilhas compostas para filmes de Tim Burton (Danny Elfman, aquele gênio do Oingo Boingo, é responsável por elas). Até mesmo a clássica coreografia da mesa de Os fantasmas se divertem (Beetlejuice) aparece para nos divertir.
Guadalupe e Ricardo estão muito bem, divertem-se em cena, até mesmo com os imprevistos que fazem parte da live action. Ricardo é um belo improvisador (não um improvisador belo, não foi o que eu quis dizer), e seu jogo com a plateia é cativante, além do típico humor do grupo, que domina muito bem. A iluminação de inspiração expressionista combina perfeitamente com a encenação. A única coisa que acredito que poderia ser melhor executada é a trilha sonora: não pela escolha das músicas e sonoridades, mas pela reprodução, que é baixa em volume, e deixa de ser ainda mais atrativa, como poderia. As trilhas sonoras de Danny Elfman são ricas em seus arranjos orquestrados, e mereceriam uma maior amplificação.
Daniel Colin é um diretor muito criativo, e isso vem sendo comprovado com sucessivas montagens que ele comanda. Aqui, novamente, vemos um tipo de teatro alegre, debochado, mas respeitoso com as crianças. Parabéns ao Teatro Sarcáustico por mais uma montagem bem sucedida!

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

MARXISMO, IDEOLOGIA E ROCK'N'ROLL: IMAGENS DE CENA



Liège Monnerat e Elison Couto são os autores dessas imagens de MARXISMO, IDEOLOGIA E ROCK'N'ROLL, um espetáculo que nos deu muita alegria em fazer.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

MARXISMO, IDEOLOGIA E ROCK'N'ROLL VOLTA A CARTAZ

Quando estreamos esse espetáculo, no dia 6 de junho de 2013, no Theatro São Pedro, as primeiras manifestações pedindo por mudanças na estrutura econômica e social do Brasil estavam iniciando. Foi justamente nos primeiros dias de junho que se avolumaram as passeatas de rua por todo o país, enquanto dávamos os retoques finais em nosso espetáculo. Nascemos, nós da equipe de Marxismo, ideologia e rock'n'roll, sob o signo da contestação. Me surpreende a coincidência exata de falarmos através do teatro de causas que eram cobradas ao mesmo tempo nas ruas.
Voltaremos agora, de 14 a 24 de novembro, no Teatro Renascença, de quintas a domingos, para mais algumas apresentações (as últimas, lamento informar) dessa produção atípica nos palcos de Porto Alegre: 12 atores e músicos contando uma história épica, que percorre 22 anos da história recente, com alguns dos acontecimentos mais emblemáticos do século XX servindo como pano de fundo.
 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Gravidade

Gravidade é o sétimo longa metragem do cineasta mexicano Alfonso Cuarón, e um dos pontos altos, até o momento, de uma carreira em que se destacam o inesquecível E sua mãe também (2001), além de, talvez, o melhor dos longas da série Harry Potter - Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban (2004) - e do impactante Filhos da esperança (2006). No entanto, apesar da bela trajetória cinematográfica anterior, Gravidade parece representar, dentro do panorama da história do cinema, um daqueles filmes que se tornam referenciais, seja por apresentarem narrativas inovadoras, seja por constituírem avanços técnicos impressionantes. Nesta última categoria, a dos efeitos visuais, Gravidade filia-se a títulos como 2001- uma odisseia no espaço (1968), Tron- uma odisseia eletrônica (1982), O passageiro do futuro (1992), O exterminador do futuro 2 (1992), Titanic (1997), O senhor dos anéis (trilogia a partir de 2001) e Avatar (2009), no que eles trouxeram de concretização do imaginário, função anteriormente reservada à literatura e aos referenciais visuais de quem lia as páginas cheias de mirabolantes imagens. Com esses filmes, não precisamos mais imaginar como seria, exatamente, um mundo onde naves espaciais são realidade, ou extraterrestres nos visitam. Diretores como Stanley Kubrick, Steven Spielberg, James Cameron e, agora, Alfonso Cuarón, nos guiam e apresentam maravilhas antes apenas imaginadas.
 
O filme de Cuarón é ambientado, em 99% do tempo, no espaço sideral, seja dentro ou fora de módulos espaciais tripulados, onde as personagens de Sandra Bullock e George Clooney circulam. As recriações do ambiente espacial, em que a falta de gravidade é total, provocando a flutuação dos corpos humanos e de todos os objetos, são nada menos que extraordinárias. A perfeição atingida pela equipe técnica do filme em matéria de cenografia e fotografia, por exemplo, colocam Gravidade como um dos grandes filmes da história do cinema. É preciso também destacar o ótimo trabalho de Sandra Bullock, ao que me lembre, o melhor de sua carreira no cinema.
É um filme de aventuras, em que suspense e drama familiar também se fazem presentes, em diferentes proporções. Mas há, no roteiro, uma preocupação em dar uma camada a mais de significados às provações às quais as personagens são submetidas. Referências visuais à concepção humana são recorrentes (em uma cena, Sandra Bullock é filmada flutuando em posição fetal, como um bebê no útero da mãe; em outra sequência, muito bonita, o módulo em chamas no qual Sandra Bullock viaja, em altíssima velocidade em direção à Terra, parece um espermatozoide na corrida em direção ao gigantesco óvulo-planeta). Também há espaço para citar a teoria da evolução de Darwin, quando o módulo em que Sandra Bullock viaja cai em um oceano na Terra, afundando, e obrigando a personagem a nadar em direção à vida (a superfície da água). Nesse momento, um sapo passa nadando tranquilamente ao lado da astronauta, sugerindo a trajetória evolutiva de milhões de anos, que nos levou, Homo sapiens sapiens, da simples forma unicelular até a forma atual, passando pela forma de anfíbios, quando nossa espécie abandona a água (o líquido amniótico no qual estamos mergulhados durante a gestação).
Um lindo filme, obrigatório de assistir, mas (lamento aqueles que não tem oportunidade de assim o fazer), cuja experiência integral de fruição só se dá em um cinema IMAX 3D, como o que assisti. A grandiosidade das imagens na grande tela é parte intrínseca da experiência estética que o filme nos proporciona. Somos, como as personagens que ficam à deriva no espaço, um ínfimo ponto no universo infinito, e o gigantismo da tela IMAX nos dá um pouquinho dessa sensação.

sábado, 28 de setembro de 2013

Não importa o tamanho, mas o prazer que ele proporciona

 
Estive pensando em uma afirmação que li, há alguns dias, no recém lançado livro sobre o ator Carlos Cunha Filho, editado pelo Porto Alegre em Cena e escrito por Renato Mendonça, a partir de entrevistas realizadas por ele e por Michele Rolim com o objeto da pesquisa. O Cunha é um dos melhores atores com quem já contracenei, e nos vários processos de criação de espetáculos que já dividimos (foram oito: Ano novo, vida nova, Os bacharéis, Hamlet, Édipo, Platão dois em um, Ifigênia em Áulis + Agamenon, Legalidade, o musical e Marxismo, ideologia e rock'n'roll) sempre estive atento às suas palavras e ao que ele fazia em cena, acompanhando como se dava a construção das figuras/personagens, as escolhas, as mudanças de rumo, e por aí vai. Bem, o Cunha afirmou, no referido livro, que o tamanho da personagem não importa, para ele, e sim a qualidade ou a exigência que essa personagem representa para o ator. Até aí tudo bem, é claro que mais vale uma personagem bem condimentada com uma única cena, que seja marcante, do que um protagonista insosso, repleto de "indutores de bocejo". O Cunha sabe bem o que é isso, pois em 2001, quando encenamos Ano novo, vida nova, texto de Vera Karam e direção de Decio Antunes, a personagem que coube a ele não proferia nenhuma palavra durante mais de uma hora de espetáculo, apenas dando duas ou três tiradas ao fim da peça. E mais, a figura dele estava totalmente à margem do "conflito" do espetáculo, funcionava como um observador, um representante privilegiado dos espectadores sobre o palco, estando muito próximo, fisicamente pelo menos, das figuras ficcionais que ali transitavam.
O que acabei refletindo é que, obviamente, uma personagem pequena pode se destacar dentro de uma encenação; e o que seria do teatro sem essas figuras? Nem só de Hamlets e Macbeths vive Shakespeare. Nem só de Alaídes e Genis vive Nelson Rodrigues. Sem falar na consciência de que o teatro é uma arte coletiva por definição (e não da mesma forma que o cinema, que também necessita de dezenas de pessoas para concretizar-se, mas que trabalham juntos, geralmente, em uma estrutura industrializada, não artesanal, como o teatro). O teatro precisa de um grupo (formalizado ou não) porque é dessa forma que sua linguagem se estrutura: na confluência de ideias. 
Os coadjuvantes são a "caminha" onde deita e rola o protagonista, e não preciso ser mais explícito na metáfora, é só lembrar como é ruim uma noite dormida num colchão vagabundo. E esse reconhecimento vem, de alguma forma, pelas categorias de Melhor Ator e Atriz Coadjuvante que se veem nos festivais de teatro ou cinema.
Mas aqui entra o meu porém, que é a defesa dos protagonistas (ou coprotagonistas) para os atores. Para mim, típico ator obcecado pelo teatro, ter em mãos uma personagem "grande" (não falo só de volume de texto, embora minha paixão pela palavra também peça personagens que se comuniquem muito pela forma verbal) é uma necessidade. A complexidade exigida no trabalho é, sem dúvida, maior, já que é depositada sobre si grande parte da atenção dos espectadores. Nesse caso, o tombo pode ser muito maior (quanto maior a altura, maior o tombo): lembrem do ator Ricardo Macchi, que virou um símbolo de ator despreparado com seu cigano Igor.
Lembrei dessas coisas após assistir, na semana passada, a atriz Sandra Dani interpretar a Winnie em Oh! os belos dias, de Samuel Beckett, em encenação de Rubens Rusche. A exemplo do Cunha, também dividi o palco com a Sandra, algumas poucas vezes. Em Os bacharéis, por exemplo, opereta dirigida por Élcio Rossini em 2005, em que eu fazia o protagonista Cincinatus, a Sandra atuava em poucas cenas de conjunto, uma figura com pouco espaço para se desenvolver. No entanto, Sandra é uma grande atriz, e alguém que a visse apenas em Os bacharéis diria de seu trabalho que nada havia ali que indicasse tratar-se ela de uma das maiores do Brasil (desculpem a afirmação megalômana, já que não conheço a maioria das atrizes brasileiras; mas dentre aquelas que vi atuarem, Sandra é uma das maiores). Defendo o seguinte: um bom ator precisa (sim, precisa) de bons e volumosos papéis para se desenvolver. Em Oh! os belos dias Sandra Dani confirma aquilo que já sabíamos, mas tenho certeza de que para ela, pessoalmente, em seu íntimo trabalho de atriz, foi muito importante passar por essa experiência desafiadora. Sandra saiu melhor atriz dessa exigência que Winnie representou. Bons atores se alimentam das dificuldades, aprendem com elas. E para o Carlos Cunha Filho digo o mesmo: é um grande ator, seja em pequenos ou em grandes papéis. Mas sei que desafiá-lo com personagens complexas é um bem que se faz a ele e ao público que terá, ao fim do processo (e se tudo der certo, já que não há garantias de sucesso, nunca), uma performance de brilho.
Eu, por meu turno, me sinto privilegiado de poder, nesses 20 anos de carreira (quanto tempo se passou!, mas ainda me sinto, às vezes, com o mesmo assombro de duas décadas atrás, frente à beleza do teatro), ter podido aprender com todos aqueles com quem trabalhei, e com todas as personagens que me foram confiadas, muitas vezes protagonistas. E quero mais. Quero o que não sei fazer, o que é difícil, para quebrar as facilidades construídas. Quero o que sei fazer bem, também construído ao longo de muitos processos, pesquisas e observações. Quero fazer, em suma. E para isso, personagens como a Winnie foi para a Sandra Dani - e que representa uma possibilidade de fazer aflorar todo o talento dessa grande atriz -, são, por que não dizer, pedagógicos, pois ensinam não pela "decoreba", mas fazem o "aluno" sair a campo, pesquisar, descobrir, criar, testar seus limites.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

A ida ao teatro

Quando vou assistir a um espetáculo teatral - uma das coisas que mais me dá prazer -, procuro deixar o máximo de pré-concepções de lado a partir do momento em que começa a função. Seria falso afirmar que nos colocamos 100% "inocentes" a cada nova experiência: isso não acontece com ninguém, a não ser com recém nascidos (que, obviamente, não têm o discernimento necessário para apreciar arte). É claro que minha formação específica na área do Teatro, e a minha experiência como artista, já há 20 anos, me fazem ter opiniões, ideias sobre as artes cênicas (são essas ideias que me movem como artista), e que não podem desaparecer assim, num passe de mágica. Mas o simples fato de olhar para a história do teatro como expressão com um fim espetacular me recorda que as mudanças de forma (e conteúdo) são incontáveis desde o século V a.C., quando os nossos velhos amigos gregos criaram o conceito de teatro que até hoje seguimos. Acredito também que a minha visão aberta se dá pelo fato de eu ser professor, e entender as dificuldades, as peculiaridades, as escolhas de cada artista do palco.
Recentemente assisti a um espetáculo teatral, em Porto Alegre, que não me agradou como experiência pessoal, mas no qual reconheço todo o valor do trabalho desenvolvido. Inclusive recomendo o espetáculo aos meus amigos, para que vejam a seriedade e o engajamento com uma proposta cênica (o que, em minha opinião, é uma boa maneira de fazer bom teatro: acreditar na relevância e na qualidade do que se faz).
No entanto, essa minha postura de olhar com carinho para o trabalho dos meus colegas não se reproduz com tanta frequência: o mais fácil, parece, é desmerecer, desqualificar o teatro que os outros fazem. Como se só alguns poucos gênios tivessem a fórmula mágica do bom teatro, como se só o que esses poucos gênios fazem fosse relevante.
Não tenho paciência nem respeito por quem tenta se destacar através da depreciação do trabalho do outro. E vejo, infelizmente, em muitos jovens artistas que estão chegando agora ao teatro, essa postura desrespeitosa e arrogante. Que fique claro: alguns velhos dinossauros do nosso teatro também agem assim. Mas o que me entristece é ver que os jovens artistas não surfam na onda da tolerância, da comunhão e da solidariedade pela nossa arte.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

MARXISMO, IDEOLOGIA E ROCK'N'ROLL em imagens


 
MARXISMO, IDEOLOGIA E ROCK'N'ROLL foi uma autêntica surpresa para todos nós que construímos esse espetáculo tão especial. Não que tenhamos jamais duvidado da importância da temática que trazíamos à cena, nem da talentosa e eficiente equipe que amalgamamos. Mas tínhamos, racionalmente, a consciência de que um tema de certa forma espinhoso como ideologia política e ideias socialistas poderia não ser tão palatável para um público que tem, com tanta frequência, no teatro, no cinema e na TV contemporâneas, discussões fúteis e pouco aprofundadas sobre temas banais. Não descobrimos a roda, obviamente, ao trazer para o palco um investimento em ideias, mas certamente desviamos por um braço menos explorado do rio do teatro local.
A adaptação do texto de Tom Stoppard, checo-britânico de notável circulação pelo teatro e pelo cinema (aqui, como roteirista e cineasta bissexto), criou em Rock'n'roll (o título original de seu texto) um drama épico que atravessa mais de duas décadas da história europeia (e mundial), de 1968 a 1990, centrado em duas cidades de grande importância para os movimentos de luta pela liberdade política no século XX: a inglesa Cambridge, e a checa Praga.
A encenação, a cargo de Luciano Alabarse e Margarida Peixoto, aproveitou-se da estrutura cinematográfica da dramaturgia de Stoppard, resolvendo de forma eficiente e muito teatral as passagens de cena e as transições (tanto geográficas quanto temporais). A cenografia reproduz espécies de sets de cinema, em que as geralmente breves e intensas cenas se desenvolvem, e são rapidamente sucedidas por outras.
Foram apenas quatro apresentações no Theatro São Pedro, quase sempre lotado, com seguramente mais de 500 pessoas por noite. Um público atento, entusiasmado (muitos batiam palmas e cantavam, acompanhando as canções entoadas pelo elenco, seja no início, seja ao final do espetáculo), e que, muitas vezes pude constatar, ao final das apresentações vinham nos cumprimentar comovidos às lágrimas.
Esperamos, com toda intensidade, que nos seja disponibilizado um teatro para que possamos continuar apresentando nosso espetáculo em Porto Alegre. Pela segunda vez entraremos como concorrentes no edital para ocupação dos teatros municipais de Porto Alegre, já que não fomos contemplados da primeira vez. Uma equipe incrível e totalmente una em seu desejo de fazer um teatro relevante em nossa cidade, que produziu esse espetáculo com a cara e a coragem, sem financiamento, e a despeito de todos os riscos de não ter um bom público, entregou-se à aventura de um teatro de ideias.
No elenco de MARXISMO, IDEOLOGIA E ROCK'N'ROLL estão Marcelo Ádams, Carlos Cunha Filho, Áurea Baptista, Gustavo Susin, Lisiane Medeiros, Clóvis Massa, Mauro Soares, Pingo Alabarce, Luísa Herter e Marcello Crawshaw, além da belíssima participação de Arthur de Faria, que executa a trilha sonora ao vivo durante toda a encenação, secundado pelo elenco. Os figurinos são de Cláudio Benevenga (um trabalho exaustivo e delicado de garimpagem das dezenas de peças que compõem o figurino), a lindíssima iluminação é de João Fraga, maquiagem e cabelos de Elison Couto, e produção de Miguel Arcanjo e Fernando Zugno.
Foi um grande prazer e um belo aprendizado todo o processo de construção do espetáculo, e agradeço a todos que se deixaram envolver pela força descomunal que por vezes o teatro tem: de ser relevante, importante e necessário.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Os senhores da guerra- Passo da Cruz


Encerrei minha participação como ator no longa metragem OS SENHORES DA GUERRA, do grande escritor e cineasta Tabajara Ruas. Durante pouco mais de um mês, aconteceram as filmagens em diversas cidades do Estado: Porto Alegre, Barra do Ribeiro, Bento Gonçalves, Garibaldi, Canela e Caçapava do Sul. O filme, baseado no romance homônimo de José Antônio Severo, tem roteiro do próprio autor em parceria com Tabajara, e conta a história dos irmãos Júlio e Carlos Bozano, que estiveram em lados opostos na Revolução de 1923, no Rio Grande do Sul, quando houve um conflito entre maragatos (federalistas) e chimangos (republicanos).
As imagens do post foram feitas em Barra do Ribeiro, e mostram um dos xodós do filme: o Ford Model T, ano 1923! Sim, tive a incrível experiência de ser passageiro, em várias cenas, desse automóvel fabricado nos EUA há 90 anos, e que está conservado inteiramente em suas características originais, o que é extremamente raro. O valor dessa relíquia é em torno de cem mil reais.
Minha personagem no filme é Ernesto Quaresma (embecado, como se vê na foto, com um terno alinhadíssimo), figura real que viveu na cidade de Ijuí, e que foi ferido na mesma emboscada que matou o Coronel Júlio Bozano, o protagonista do filme.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

8, 18, 28, 38...

Espero chegar aos 85 anos (a idade que meu pai tem, hoje). Mas tem aquela frase famosa, que meio que coloca dois extremos na vida de uma pessoa ("dos 8 aos 80 anos"). Aliás, essa expressão foi criada em um contexto publicitário, por um empresário americano do ramo do cinema, nas primeiras décadas do século XX, pensando em como atingir o maior número de espectadores para os filmes com os quais trabalhava. Parece que o conceito deu certo pra ele. Olhando algumas fotos antigas (algumas não tão antigas), encontrei imagens minhas aos 8 anos, aos 18, aos 28 e aos 38. Resolvi juntá-las em uma mesma postagem.
Aos 8 anos, não suspeitava eu que em alguns anos seria artista. A vontade de criar mundos imaginários e brincar de ser outras pessoas já existia. Minhas historinhas de mistério, que a essa altura da vida eu já compunha em cadernos pautados, me davam muito prazer, e tomavam grande parte do meu tempo "de brincar". Aos 18 anos, a necessidade de escolher uma profissão e uma atividade remunerada me levou para o cinema (pelo menos gosto de pensar assim: trabalhei em uma videolocadora bem completa que existiu, há anos, no Shopping João Pessoa, em Porto Alegre). Alguns anos depois estava eu também do lado de lá da câmera, desta vez como ator. Voltas da vida. Aos 28 anos, já formado ("Bacharel em Artes Cênicas- Habilitação: Interpretação Teatral" é o que está escrito no primeiro diploma de curso superior que recebi), eu já decidira o meu caminho: aquele que estou trilhando e no meu qual me vejo atuando com os mesmos 85 anos que tem meu pai (me concedo três anos a mais: quero os 88, por uma questão de simetria).
 
Aos 8 anos,
no quintal de casa
 

Aos 18 anos,
me formando no 2º grau, no Colégio Protásio Alves
 

Aos 28 anos,
caracterizado como Filipe, do espetáculo A ronda do lobo- 1826
 

Aos 38 anos,
preparando-me para  sessão de fotos do espetáculo Artimanhas de Scapino

domingo, 21 de abril de 2013

MEMÓRIAS DE UM ASSASSINO: mais um excelente filme sul coreano

 
O cineasta sul coreano Joon-ho Bong já havia me conquistado com dois outros ótimos longas, com roteiros incríveis, de surpreendente originalidade. Em O hospedeiro (2006), um monstro criado a partir de mutações genéticas aterrorizava as águas de um rio na Coreia. Um filme de terror de monstro, sim, mas superior a qualquer Anaconda ou Alligator americano, em todos os sentidos: os efeitos especiais eram maravilhosamente convincentes, e os momentos de suspense de alto teor tensionante.

Outro grande filme de Joon-ho Bong é Mother- A busca pela verdade (2009), em que uma mãe faz de tudo para encontrar um assassino de uma garota, para libertar seu filho que é acusado pelo crime. Emocionante.

Acabei assistindo por último um filme mais antigo de Joon-ho, Memórias de um assassino (2003), que é baseado em fatos reais, sobre o primeiro serial killer que matou várias mulheres na Coreia de 1986. O filme tem aquele típico ponto de vista já reproduzido em N policiais norte-americanos: o processo de investigação dos crimes de dentro de uma delegacia em uma cidadezinha coreana. Há policiais incompetentes mas de bom coração (às vezes) e o policial que vem de fora, o sabido, que vai fazer com que pistas relevantes sejam descobertas. Parece mais do mesmo, mas a maneira pela qual o cineasta filma esse gênero vai além do lugar comum, auxiliado pelos excelentes atores e uma fotografia de primeira. Vale muito a pena saber que nem só os americanos fazem bons filmes de investigação.

sábado, 23 de março de 2013

TEATRO EM PORTO ALEGRE: parte 3- OS ATORES

MELHOR ATOR
Porto Alegre é e sempre foi uma cidade prolífica em grandes atores e atrizes. Alguns deles foram reconhecidos com prêmios. Outros tantos (a maioria, na realidade) nunca foram premiados, em uma cidade em que sobra talento para poucos troféus. Todos que já tiverem a alegria de algum dia receber alguma distinção sabem que prêmio não é garantia de nada, nem de bons trabalhos (e bem remunerados!), muito menos de êxito em futuras atuações. No entanto, destacando os vencedores do prêmio Açorianos de Melhor Ator, nada mais faço do que refrescar a memória e chamar atenção para tantos lindos momentos que nossa cidade já viveu. Os atores que receberam troféus Açorianos de Melhor Ator, a partir de 1977 são:

RAUL MACHADO
Melhor Ator em 1977
por JOGOS NA HORA DA SESTA
Raul Machado atuou também em espetáculos como A maldição do Vale Negro (1986) e Um inimigo do povo (1993). 

Raul Machado
 em Jogos na hora da sesta (na foto, com Ida Celina)

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RENATO PEREIRA
Melhor Ator em 1980
por A ESPOSA, A COMÉDIA DO ORGASMO

Pode causar surpresa a informação de que o humorista Renato Pereira recebeu um Prêmio Açorianos de Melhor Ator, já que se costuma associar o trabalho desse comediante principalmente à televisão e aos espetáculos de stand up comedy. Outros espetáculos em que Renato Pereira atuou são Renato Pereira e a careca financeira e Renato Pereira e aquilo roxo.


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LUDOVAL CAMPOS
Melhor Ator em 1981
por HAPPY END
Ludoval Campos está afastado de Porto Alegre há mais de 30 anos. Depois que saiu da capital gaúcha, trabalhou em teatro com Aderbal Freire Filho, Gerald Thomas, Moacir Chaves e Luiz Antônio Martinez Correia, além de ter feito cinema e televisão. Quando ainda em Porto Alegre, trabalhou em espetáculos no Teatro de Arena e com os diretores Irene Brietzke, Néstor Monasterio, Ronald Radde e Dilmar Messias, em peças como O rapto das cebolinhas (1967), Os fuzis da senhora Carrar (1968), O macaco e a velha (1978), M'Boiguaçu- A lenda da cobra grande (1980), As aventuras de Tibicuera (1981), O rei da vela (1982), e Escravos de Jó (1983).


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MARCO FRONCHETTI
Melhor Ator em 1982
por OS REIS VAGABUNDOS

Marco Fronchetti foi um dos fundadores do Grupo Tear, capitaneado por Maria Helena Lopes, que encenou em Porto Alegre uma série de espetáculos marcantes. Outros trabalhos de Marco como ator são Woyzeck (1980), Quem manda na banda (1981), Crônica da cidade pequena (1984), Império da cobiça (1987), Partituras- um exercício de teatro (1989), Kalldewey- a farsa do convidado obsceno (1992), Esconderijos do tempo (1996), Tragikós (2001) e Obs.cenas- uma aventura teatral no universo da obscenidade (2018)

Marco Fronchetti
(à frente, junto de Sérgio Lulkin) em Os reis vagabundos


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FERNANDO SEVERINO
Melhor Ator em 1983
por SEGUNDO TEMPO

Existem poucas informações disponíveis sobre Fernando Severino, e são difíceis de encontrar imagens desse ator tão querido, infelizmente já falecido. Participou ainda das montagens de Bailei na curva (1984), Cabeça quebra cabeça (1986), Hamletmachine (1987), A fonte (1988), Lisístrata (1988) e Partituras (1990).


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PEREIRA DIAS
Melhor Ator em 1985
por O CASO OPPENHEIMER

Pereira Dias desempenhou em teatro as funções de ator e diretor, e é bastante conhecido por seu trabalho como diretor de cinema, em longa metragens como Ela tornou-se freira, A quadrilha do perna dura, Carmen, a cigana, Meu pobre coração de luto e Gaúcho de Passo Fundo, todos junto à produtora de cinema de Teixeirinha. Ainda em cinema, atou em Para, Pedro e Ana Terra, e dirigiu o filme Domingo de Grenal. No Teatro de Arena de Porto Alegre, atuou e dirigiu Álbum de família, de Nelson Rodrigues, na primeira montagem desse texto no RS (1968). Faleceu em 1988.

 Pereira Dias
em O caso Oppenheimer


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PAULO FLORES
Melhor Ator em 
1986, por FIM DE PARTIDA
2018, por MEIERHOLD

Paulo Flores tem sua história intrinsecamente ligada ao Ói Nóis Aqui Traveiz, coletivo de teatro do qual foi um dos fundadores, em 1978. São muitos os espetáculos criados pelo Ói Nóis nessa trajetória de 35 anos, onde Paulo Flores atuou como ator na maioria deles. Outros espetáculos são: As domésticas (1985), Antígona- Ritos de paixão e morte (1990), A morte e a donzela (1997), Hamlet Máquina (1999), A saga de Canudos (2000), Aos que virão depois de nós- Kassandra in process (2002), O amargo santo da purificação (2008), Viúvas- performance sobre a ausência (2011), Medeia vozes (2013), Caliban- A tempestade de Augusto Boal (2017) e Quase Corpos: Episódio 1 – A Última Gravação (2021).

Paulo Flores
em Fim de partida

Paulo Flores 
em Meierhold


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ROBERTO OLIVEIRA
Melhor Ator em
1987, por O FERREIRO E A MORTE
1996, por O ESTRANHO SR. PAULO
2012, por UM VERDADEIRO COWBOY

Roberto Oliveira desenvolve, há quase 40 anos, uma variada carreira no teatro gaúcho, principalmente como ator e diretor. Depois de trabalhar, por vários anos, em espetáculos de diversos grupos de Porto Alegre, fundou, em 1996, o Depósito de teatro, que permanece em atividade, oferecendo oficinas de formação de atores e espetáculos de teatro adulto e para crianças. Entre os vencedores do Prêmio Açorianos, Roberto Oliveira está entre os que mais vezes foram premiados na categoria de Melhor Ator. Outros espetáculos de Roberto, como ator: Ópera do invasor (1988), Barrela (1990), Decameron (1993), O rei nunca riu (1993), O beijo no asfalto (1998), A farsa do panelada (2000) e Bukowski- Histórias da vida subterrânea (2014).

Roberto Oliveira
em O ferreiro e a morte

Roberto Oliveira
em O estranho Sr. Paulo

Roberto Oliveira
em Um verdadeiro cowboy (na foto, com Elisa Heidrich)


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ZÉ ADÃO BARBOSA
Melhor Ator em
1988, por MEMORY MOTEL
1994, por ZOO- UM EXERCÍCIO DRAMÁTICO SOBRE EDWARD ALBEE
2007, por FIM DE JOGO

Zé Adão Barbosa tem atuado no teatro de Porto Alegre desde o início dos anos 1980. No início de sua carreira, principalmente como ator, depois diversificando sua trajetória nas funções de diretor e professor de teatro. Entre os espetáculos de Zé Adão como ator se encontram A viagem de um barquinho (1982), A lição (1985), Parentes entre parênteses (1987), Carrie, a histérica (1988), A gaivota (1989), No tempo do onça- Belle époque (1998), Heldenplatz (2005), Coração randevú (2012), Pequeno trabalho para velhos palhaços (2018) e Gabinete de curiosidades (2022).

Zé Adão Barbosa
em Memory Motel (à esquerda, junto de Bira Valdez)

Zé Adão Barbosa
em Zoo- um exercício dramático sobre Edward Albee
(à esquerda, junto de Renato Del Campão)

Zé Adão Barbosa
em Fim de jogo


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JOSÉ BALDISSERA
Melhor Ator em 1989,
por RÔMULO, O GRANDE

José Baldissera, ou Baldi, como é carinhosamente chamado pelos colegas do teatro, é um dos atores há mais tempo em atividade em nossa cidade, detentor de uma carreira em teatro tão longa quanto prolífica. Há mais de 50 anos trabalhando como ator, divide sua energia no palco com a carreira docente, como professor no curso de História da Unisinos. Entre os inúmeros espetáculos que contaram com Baldi no elenco estão O processo de Jesus (1962), Os deuses riem (1964), Joana d'Arc entre as chamas (1968), B... em cadeira de rodas (1976), O cabaré de Maria Elefante (1981), Merlin ou a terra deserta (1985), O balcão (1986), Alpes em chamas (1994), Nesta data querida (2001), Antígona (2004), Hamlet (2006), Medeia (2007), Édipo (2008) e Platão dois em um (2009). Faleceu em 2017.


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MIGUEL RAMOS
Melhor Ator em 1990,
por INFORMAÇÃO PARA UMA ACADEMIA

Miguel Ramos iniciou sua carreira no Teatro de Arena de Porto Alegre, no começo dos anos 1970. Participou de vários espetáculos naquele importante espaço da cultura gaúcha, como Um, dois três de Oliveira quatro (1971), Prometeu acorrentado (1971) e Queridíssimo canalha (1971). Tem atuado como ator de cinema e TV com frequência nos últimos anos. Outros espetáculos de Miguel Ramos: Mockinpott (1975), Jornada de um imbecil até o entendimento (1978), Chapeuzinho vermelho (1989) e O penúltimo marajá (1989). Faleceu em 2014.


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MÁRIO RUY
Melhor Ator em 1991,
por NOSSA CIDADE

Mario Ruy afastou-se dos palcos há vários anos, para seguir carreira no funcionalismo público, longe do teatro. É lembrado no entanto como um ator de muito talento, tendo participado de uma série de espetáculos, entre eles Marcos IV, 23 (1985), Crisis (1986), Peer Gynt, o imperador de si mesmo (1987), A fonte (1988), Bella ciao (1989) e A lição (1997).

Mário Ruy
em Nossa cidade
 

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EDUARDO FACHEL
Melhor Ator em 1992,
por HOTEL ATLÂNTICO

Eduardo Fachel pode não ter participado de um número tão grande de produções de nosso teatro, mas nos espetáculos nos quais se engajou, demonstrou ser um artista de personalidade e talento marcantes. Além do trabalho nos palcos, Fachel foi apresentador de televisão e bonequeiro na TVE, além de diretor e produtor de programas. Espetáculos de teatro com Eduardo Fachel: Fulgor e morte de Dom Joaquim Murieta (1980), Clotilde, com brisa, ventania e cerração (1980), Quem conta um conto aumenta um ponto (1982), Inimigos de classe (1988), A história do soldado (1991) e Hamleto (1994). Os crimes da Rua do Arvoredo (1999) foi seu último espetáculo, já que Fachel faleceu poucos meses depois da estreia desse trabalho.  


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ROBERTO BIRINDELLI
Melhor Ator em 1993,
por O PRIMEIRO MILAGRE DO MENINO JESUS

Roberto Birindelli é uruguaio de nascimento, mas adotou o Brasil e, mais especialmente, Porto Alegre, onde iniciou sua carreira. Seu carro-chefe é justamente o espetáculo que lhe deu o Açorianos de Melhor Ator, e que permanece sendo apresentado pelo Brasil e em vários lugares do mundo. Já há alguns anos morando fora do RS, desenvolve atividades como ator de cinema e TV. Ainda em Porto Alegre, participou dos espetáculos Parque extremo de diversões (1995) e A cantora careca (2003).

Roberto Birindelli
em O primeiro milagre do menino Jesus


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CACÁ CORRÊA
Melhor Ator em 1995,
por O ESPANTALHO

Cacá Corrêa era, além de ator, cenógrafo e aderecista, funções que exerceu ao longo de sua carreira, primeiro em Porto Alegre, depois, em trabalhos na Rede Globo de televisão e, nos últimos anos de sua vida, na capital catarinense, Florianópolis, onde residiu até sua morte, em 2010. Quando em Porto Alegre, Cacá participou de vários espetáculos de teatro adulto e para crianças, destacando-se: Shandar e o feitiço de Mungo (1988), O marido era o culpado (1989), Por um punhado de jujubas (1990), A lenda do rei Arthur (1991), O ovo de Colombo (1992) e Romeu e Julieta (1994).


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CARLOS CUNHA FILHO
Melhor Ator em 1996.
por KING KONG PALACE- O EXÍLIO DE TARZAN

Carlos Cunha Filho é um dos artistas mais atuantes do teatro gaúcho nas últimas três décadas. Iniciou nos palcos nos anos 1970, e já trabalhou com os principais encenadores de Porto Alegre. Além de ator de teatro, Cunha trafega pelo cinema e pela TV, além de volumosa produção de áudio, em forma de spots e narrações. Em uma carreira tão extensa, podem ser destacados espetáculos como Lisarb ou Multi antes pelo contrário (1980), Que se passa, chê? (1982), Nem peixe nem carne ou muito antes pelo contrário (1983), O casamento do pequeno burguês (1984), O caso Oppenheimer (1985), Um beijo, um abraço, um aperto de mão (1987), Bella ciao (1989), Nossa cidade (1991), Príncipe azul (1993), Ardente paciência- uma carta para Neruda (1995), Ano novo, vida nova (2001), Hamlet (2006), Mamãe foi pro Alaska (2006), Édipo (2008), Ifigênia em Áulis + Agamenon (2011), Marxismo, ideologia e rock'n roll (2013) e Crime Woyzeck (2015).

Carlos Cunha Filho
em King Kong Palace- O exílio de Tarzan (na foto, com Lurdes Eloy)


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LUTTI PEREIRA
Melhor Ator em 1997,
por A BOTA E SUA MEIA

Lutti Pereira atua em teatro adulto e para crianças, mas atualmente está afastado dos palcos como ator, trabalhando no poder público na área da cultura. Entre seus espetáculos estão Crocodilo do Nilo (1987), Dom Quixote de la Mancha (1990), Tudo por uma princesa (1990), George Dandan, o marido enganado (1991), Comédia negra (1994), Macbeth- Reinado de sangue (1994), O gato de botas (1994), Maria degolada (2001), A força do hábito (2003), Édipo (2008), Platão dois em um (2009) e Os dois gêmeos venezianos (2017). 

Lutti Pereira
em A bota e sua meia


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SÉRGIO ETCHICHURY
Melhor Ator em 1998,
por BOCA DE OURO


Sérgio Etchichury, o Serginho, iniciou sua carreira com o grupo Ói Nóis Aqui Traveiz, onde permaneceu durante vários anos. Após sair do Ói Nóis, passou a trabalhar com diferentes diretores. Atualmente, mora em Berlim. Alguns espetáculos de Serginho: Teon (1985), Fim de partida (1986), A exceção e a regra (1987), Ostal (1987), Antígona- Ritos de paixão e morte (1990), Deus ajuda os bão (1991), Arlecchino, servidor de dois patrões (1997), Uma professora muito maluquinha (1997), O beijo no asfalto (1998), O barão nas árvores (1998), O pagador de promessas (2000), As mal criadas (2001), Auto da compadecida (2001), Macbeth- Herói bandido (2004) e Sonho de uma noite de verão (2006).

 Sérgio Etchichury
em Boca de ouro (com Maria Falkembach)


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FERNANDO KIKE BARBOSA
Melhor Ator em 1999,
por OS CRIMES DA RUA DO ARVOREDO
  
Fernando Kike Barbosa é ator e eventualmente encenador. Entre os espetáculos que participou estão Teon (1985), A história do homem que lutou sem conhecer seu grande inimigo (1988), Antígona- Ritos de paixão e morte (1990), A dança da conquista (1990), Deus ajuda os bão (1991), Os três caminhos percorridos por Honório dos anjos e dos diabos (1993), Missa para atores e público sobre a paixão e o nascimento do Dr. Fausto de acordo com o espírito do nosso tempo (1994), Arlecchino, servidor de dois patrões (1997), Uma professora muito maluquinha (1997), Dois perdidos numa noite suja (1997), O beijo no asfalto (1998), O barão nas árvores (1998), As mal criadas (2001), Novena à senhora da graça (2002), Teus desejos em fragmentos (2006), Noite (2006) e A comédia dos erros (2008).

Os crimes da Rua do Arvoredo


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NELSON DINIZ
Melhor Ator em
2000, por O PAGADOR DE PROMESSAS
2009, por DENTROFORA

 Nelson Diniz atua em teatro, cinema e TV, e entre seus espetáculos estão O caminho das coisas (1991), Besame mucho (1992), Hamleto (1994), O bandido e o cantador (1996), Shakexperience (1998), Auto da compadecida (2001), Toda nudez será castigada (2001), A vida dele (2014), Movimentos sobre rodas paradas (2016), Inimigos na casa de bonecas (2018), Palácio do fim (2020), Espera (2023) e Instinto (2023).

Nelson Diniz
em O pagador de promessas

Nelson Diniz
em DentroFora


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SÉRGIO LULKIN
Melhor em 2001,
por SOLOS EM CENA

Sérgio Lulkin iniciou como ator no Grupo Tear, no começo dos anos 1980. Atualmente atua esporadicamente nos palcos de Porto Alegre, e desenvolve carreira como docente da UFRGS. Entre seus espetáculos estão O homem que enganou o diabo e...ainda pediu troco (1977), Woyzeck (1980), Lance/Lince/Lírio/Licorne (1980), Quem manda na banda (1981), Crônica da cidade pequena (1984), Império da cobiça (1987), Partituras (1990), Kalldewey- a farsa do convidado obsceno (1992), Esconderijos do tempo (1996), Shakexperience (1998), O bairro (2009), El juego de Antônia (2016) e Terra sem mapa (2023).

Sérgio Lulkin
em Solos em cena


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LUIZ PAULO VASCONCELLOS
Melhor Ator em 2002,
por ALMOÇO NA CASA DO SR. LUDWIG

Luiz Paulo Vasconcellos é carioca, mas elegeu Porto Alegre como lar há mais de 40 anos. Por aqui formou família e desenvolveu uma bem sucedida carreira como professor da UFRGS e encenador. Mesmo predominantemente um diretor teatral, Luiz Paulo teve incursões como ator. Algumas delas são: A ópera dos três vinténs (1973), Delírio e paixão do Sr. Nelson Rodrigues (1985), Essência de macaco (1989), Hamleto (1994), A força do hábito (2003), Heldenplatz (2005), Platão dois em um (2009) e O animal agonizante (2010). 

 Luiz Paulo Vasconcellos
em Almoço na casa do Sr. Ludwig (na foto com Sandra Dani e Casemiro Azevedo)


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ELISON COUTO
Melhor Ator em 
2003, por O URSO
2021, por DE PROFUNDIS - EPÍSTOLA: IN CARCERE ET VINCULIS

Elison Couto atua há mais de 30 anos no teatro de Porto Alegre, com diferentes grupos constituídos na cidade. Entre os espetáculos em que integrou a equipe estão O maravilhoso mundo do circo (1981), Yerma (1982), Rasga coração (1984), O ferreiro e a morte (1987), A ópera do invasor (1988), Barrela (1990), Macário, o afortunado (1991), Os saltimbancos (1991), Uma chance para Feuerbach (1993), O estranho Sr. Paulo (1996), O pagador de promessas (2000), O avarento (2009), Tartufo (2011), Os plagiários- uma adulteração ficcional sobre Nelson Rodrigues (2012), A vertigem dos animais antes do abate (2014), O mal entendido (2014), Crime Woyzeck (2015), O método Arbeuq (2016) e F.R.A.M.E.S. (2019).


 Elison Couto
em O urso


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LAURO RAMALHO
Melhor Ator em 2004,
por ALTAFIDELIDADE- UMA FÁBULA SOBRE VIOLÊNCIA URBANA

Lauro Ramalho está há 30 anos nos palcos de Porto Alegre, em uma carreira versátil, em que se alternam espetáculos de teatro adulto, para crianças e shows musicais. São muitos os trabalhos em que Lauro contribuiu com seu premiado talento, entre eles Locomoc e Millipilli (1982), Tuti, Guti, Fruti & Nestor (1983), Os sobrinhos do capitão (1985), No vale dos pimentões (1984), Inimigos de classe (1988), Boneca cobiçada (1989), Três galinhas sentadas conversando (1993), Escola de sereias (1994), O extraordinário teatro de curiosidades da família Marks (1996), O assassinato de Miss Agatha (1998), Eu ainda sei o que vocês dublaram no verão passado (2002), Bonecas à beira de um ataque de risos (2004), Teus desejos em fragmentos (2006), A comédia dos erros (2008), Ópera monstra (2010), Estremeço (2012), O que terá acontecido a Baby Jane? (2017), Espalhem minhas cinzas na EuroDisney (2018), Inimigos na casa de bonecas (2018), Rainhas da noite (2019) e Corra que as palhaças vêm aí! (2023).

Lauro Ramalho
em Altafidelidade- Uma fábula sobre violência urbana


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JOÃO WALKER
Melhor Ator em 2005,
por O REI DA ESCÓRIA

João Walker participou de alguns espetáculos na primeira metade da década 2000, mas atualmente está afastado dos palcos profissionalmente. Alguns trabalhos de João: Bailei na curva (2001), Não pensa muito que dói (2003) e Altafidelidade- Uma fábula sobre violência urbana (2004).

João Walker
em O rei da escória (à direita na foto, junto de Juliana Ceni e Érico Ramos)


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PLÍNIO MARCOS RODRIGUES
Melhor Ator em 2005,
por DR QS- QURIOZAS QOMÉDIAS

Plínio Marcos Rodrigues atuou em espetáculos como O Sítio do Pica-pau Amarelo viaja pelo Brasil (2001), Medusa de Rayban (2004), A roupa nova do rei (2010), Tartufo (2011), Nossa vida não vale um Chevrolet (2012), Landell de Moura, o incrível padre inventor (2012), Fábulas em 4 tempos ou O fabuloso La Fontaine (2012), A vertigem dos animais antes do abate (2014), O gato de botas: quem disse que só o cão é o melhor amigo do homem? (2015) e Crime Woyzeck (2015).

Plínio Marcos Rodrigues
em Dr QS- Quriozas Qomédias


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MARCELO ÁDAMS
Melhor Ator em
2006, por O HOMEM E A MANCHA
2008, por ÉDIPO e O MÉDICO À FORÇA
2022, por O INVERNO DO NOSSO DESCONTENTAMENTO- NOSSO RICARDO III

Marcelo Ádams é ator, diretor teatral e dramaturgo, além de professor de Teatro - Licenciatura da Uergs. Iniciou sua carreira em 1993 com trabalhos em teatro, e tem incursões em cinema e TV. Fundou a Cia Teatro ao Quadrado em 2002, ao lado de Margarida Peixoto. Alguns dos espetáculos em que atuou são: Hotel calibre 38 (1994), A sombra e a luz são vultos (1995), As maracutaias do Dr. Galant (1997), Mockinpott (1999), As núpcias de Teodora- 1874 (2000), Ano novo, vida nova (2001), A secreta obscenidade de cada dia (2002), A ronda do lobo- 1826 (2002), Escola de mulheres (2004), Goela abaixo ou Por que tu não bebes? (2005), Locomoc e Millipilli- Um quebra-cabeças cheio de aventuras (2005), Burgueses pequenos (2007), Platão dois em um (2009), Solos trágicos (2010), A lição (2010), Ifigênia em Áulis + Agamenon (2011), Artimanhas de Scapino (2012), A vertigem dos animais antes do abate (2014), Os homens do triângulo rosa (2014) e A viúva alegre (2018).

Marcelo Ádams
em O homem e a mancha (com Moysés Lopes, ao violão)

Marcelo Ádams
em Édipo


Marcelo Ádams
em O médico à força


Marcelo Ádams 
em O inverno do nosso descontentamento- Nosso Ricardo III



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HEINZ LIMAVERDE
Melhor Ator em 2008,
por A MEGERA DOMADA e O GORDO E O MAGRO VÃO PARA O CÉU

Heinz Limaverde é cearense, e há cerca de 20 anos elegeu Porto Alegre como cidade para trabalhar com teatro. Entre os espetáculos de Heinz estão Romeu e Julieta (1994), Gurizada medonha (1997), SOS coração (1999), Caçadores de aventuras (1999), Eu sei o que vocês dublaram no verão passado (2000), O pagador de promessas (2000), Auto da Compadecida (2001), Sonho de uma noite de verão (2006), O hipnotizador de jacarés (2006), Clube do fracasso (2010), O fantástico circo-teatro de um homem só (2011), Natalício Cavalo (2013), Desmedida Naichty Club (2018), Cabaré da mulher braba (2023) e Cabaré do amor rasgado (2023). 
Heinz Limaverde
em A megera domada (na foto, junto de Sandra Possani)

Heinz Limaverde
em O gordo e o magro vão para o céu (à direita na foto, junto de Carlos Ramiro Fensterseifer)


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MARCELO BULGARELLI
Melhor Ator em 2010,
por DIA DESMANCHADO

Marcelo Bulgarelli participou ainda dos espetáculos Pandolfo no reino da Bestolândia (2005), A tempestade e os mistérios da ilha (2006), Sonho de uma noite de verão (2006) e A 2 passos (2017).

Marcelo Bulgarelli
em Dia desmanchado


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LUIS FRANKE
Melhor Ator em 2011,
por A BILHA QUEBRADA

Luis Franke, o Luisão, começou sua carreira como ator já na maturidade, e por esse motivo não tem muitos espetáculos em seu currículo. Apesar do número reduzido de atuações, já recebeu alguns prêmios. Luisão participou ainda dos espetáculos O sobrado (2009), Landell de Moura, o incrível padre inventor (2012), A partícula de Deus- o dia em que Peter Higgs encontrou Galileu Galilei (2016) e No coração das trevas (2017).

Luis Franke
em A bilha quebrada


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ROSSENDO RODRIGUES
Melhor Ator em 2013,
por NATALÍCIO CAVALO

Rossendo Rodrigues participou de  espetáculos como A vida sexual dos macacos (2008), Jogo da memória (2009), Wonderland e o que M. Jackson encontrou por lá (2010), Aventuras no fundo do mar (2012), Breves entrevistas com homens hediondos (2011), O feio (2012) e Expresso Paraíso (2019). 


Rossendo Rodrigues
em Natalício Cavalo


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EDUARDO SCHMIDT
Melhor Ator em 2014,
por SANTO QORPO OU O LOUCO DA PROVÍNCIA
Eduardo é estudante do Departamento de Arte Dramática da UFRGS, e atuou também nos espetáculos A coisa no mar (2014), Como gostais (2016) e Miscelânea Qurioza (2018).


  Eduardo Schmidt
em Santo Qorpo ou O louco da província 


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RENATO DEL CAMPÃO
Melhor Ator em 2015,
por CADARÇO DE SAPATO OU NINGUÉM ESTÁ ACIMA DA REDENÇÃO
Fundou, juntamente com Eduardo Kraemer, em 2004, a Cia. Teatrofídico, onde exerce funções como ator, diretor e dramaturgo. Nos anos 1980 integrou a Companhia Tragicômica Balaio de Gatos, importante grupamento de artistas do palco que renovou a estética do teatro feito em Porto Alegre. Alguns dos espetáculos em que Renato atuou: Abutres da rebentação (1982), No vale dos pimentões (1983), O império dos sentidos (1984), Senhora dos afogados (1985), A bossa da juventude (1986), Inimigos de classe (1988), Carrie, a histérica (1988), Três galinhas sentadas conversando (1993), Cinturão de fogo (1994), Ping pong em Acapulco (1995), Navalha na carne (1997), Espancando a empregada (1997), Os três porquinhos (1998), No tempo do onça- Belle époque (1998), Rede nacional de intrigas (2000), Bonecas à beira de um ataque de risos (2004), Jogos na hora da sesta (2004), Apareceu a Margarida (2008), A serpente (2009), Quem tem medo de Itália Fausta? (2011), Querem acabar comigo (2012), Carrie, a histérica- 30 anos depois (2019), Homem de lugar nenhum (2019), Deus me livre de você (2022) e Rhinocerontes (2023).

Renato Del Campão
em Cadarço de sapato ou Ninguém está acima da redenção


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 RUDINEI MORALES
Melhor Ator em 2016,
por BRECHÓ DA HUMANIDADE
Ator e cenógrafo, desenvolve pesquisa sobre teatro de formas animadas. Entre seus trabalhos como ator estão Uma balada podre (2001), O pagador de promessas (2002), Medusa de Rayban (2004), Corsários inversos (2010), O teatro de caixa (2011) e Os mensageiros (2012).

 Rudinei Morales
em Brechó da humanidade


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ANDREW TASSINARI
Melhor Ator em 2017,
por PRATA-PARAÍSO
Ator, performer e bailarino, participou de trabalhos como Tic-tac de um corpo (2011), Cuidado frágil (2012), Em meio a este luto eu luto (2012), P-U-N-C-H (2014), Il faut trouver chaussure à son pied (2014), Salão Grená (2015), Adágio (2015), Tempos de partida (2015), Bundaflor, bundamor (2015), IN/Compatível (2016) e Verde (in)tenso (2016).

Andrew Tassinari
em Prata-Paraíso


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CARLOS AZEVEDO
Melhor Ator em 2019, 
por MILHÕES CONTRA UM
Ator e iluminador, atuou em inúmeros trabalhos, dentre os quais Sabão, o menino do joelho sujo (1982), Quem manda no pampa? (1983), Todos ao mar (1984), Lembras de La Strada? (1985), O assassinato do crítico teatral (1985), Bento Gonçalves - General dos Farrapos: O pequeno general (1985), Peter Pan (1986), O ferreiro e a morte (1987), O monstro de olhos verdes (1988), Alice no país das maravilhas (1990), Macário, o afortunado (1991), A lenda do rei Arthur (1991), O macaco e a velha (1992), Arlequim, servidor de dois patrões (1993), Sapolândia (1993), Dois perdidos numa noite suja (1997), Gnomos (1998), Praga de unicórnio (1999), Lili inventa o mundo (2004), Nossa vida não vale um Chevrolet (2012) e A praga de unicórnios (2019).

Carlos Azevedo
em Milhões contra um