Marcelo Ádams

Marcelo Ádams

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Anticristo


Dirigido por Lars von Trier, de quem já andei falando aqui no blog, o filme é muito impactante. Apenas Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg, vivendo os pais de um menino morto, Nic. Para exorcizar o luto, vão para o "Éden", um chalé no meio de uma floresta isolada. A partir desse momento, cenas chocantes se sucedem. É díficil descrever o alcance que o filme tem, muito além de chocar pelas cenas de mutilação. É um tipo de horror além da filosofia, e muito marcado por ela, ainda assim. Provavelmente, muito acharão apenas pervertido. Mas é uma obra de arte, daquelas que fazem refletir, muito. Este ano, durante o Festival de Cannes (no qual Charlotte Gainsbourg ganhou a Palma de Ouro de Melhor Atriz), von Trier foi provocado por um repórter que, indignado após a exibição do filme, alteradamente perguntou-lhe "qual o sentido do seu filme, o que ele significa?". O diretor dinamarquês respondeu que era "o melhor diretor do mundo, mas Deus não é o melhor Deus do mundo". Não sei se ele o melhor (o que é o melhor?), mas não tenho dúvida de que é um dos mais criativos e que me me tocam com sua linguagem. Inesquecíveis os seus filmes Ondas do destino, Dançando no escuro, Europa e Dogville. E agora este maravilhoso Anticristo.

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