Marcelo Ádams

Marcelo Ádams

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O espião que sabia demais

O título original deste filme, Tinker Tailor Soldier spy, seria excessivamente enigmático para os cinemas brasileiros, eu sei (um filme chamado Funileiro alfaiate soldado espião não se tornaria exatamente um sucesso de público). Mas há um bom motivo para essa junção de palavras aparentemente esdrúxulas: Tinker, Tailor e Soldier são os codinomes de alguns agentes secretos ingleses suspeitos de passarem informações para os soviéticos, durante o auge da Guerra Fria, nos anos 1970. Gary Oldman interpreta George Smiley, um agente aposentado, que é chamado de volta à ativa para descobrir quem é o traidor entre os peixes grandes do Serviço Secreto Britânico. Baseado no romance de espionagem de John le Carré, este filme dirigido pelo cineasta sueco Tomas Alfredson lembra a atmosfera do que havia de melhor em antigos filmes de espionagem (como O espião que veio do frio, de 1965, ou Mistério no Parque Gorky, de 1983). Uma fotografia cinzenta e desglamourizada, linda, associada a um ritmo narrativo angustiante em seu deslizar perigoso e lento, mais atuações precisas, resultam nesse belo exemplar de filme de espionagem. A lista dos melhores de 2011 no Oscar saiu nessa semana, e O espião que sabia demais recebeu três indicações: Melhor ator para Gary Oldman, Melhor trilha sonora e Melhor roteiro adaptado. Vale a pena assistir nos cinemas, agora.

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