Marcelo Ádams

Marcelo Ádams

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Mary e Max

Filmes de animação para adultos são quase sempre uma delícia. Desde os clássicos, como Fritz, the cat (1972), passando por experiências mais modernas como Akira (1988), A viagem de Chihiro (2001) e Valsa com Bashir (2008), isso sem contar as séries de TV, como Os Simpsons, South Park (genial), Uma família da pesada...São hors concours aqueles produzidos por Tim Burton, como O estranho mundo de Jack, James e o pêssego gigante e Coraline, que não se sabe bem se foram feitos mesmo para crianças, tal o nível de leituras que proporcionam.
Agora assisti à animação australiana Mary e Max, e é realmente sensacional. Uma menina australina, Mary, de 8 anos, e um judeu norte-americano (olha eu de novo com os hebraicos), Max, de 44 anos, com histórico de problemas mentais, começam a se corresponder por acaso, em 1976. A história atravessa mais ou menos 15 anos, e acompanhamos o crescimento e descobertas da menina, bem como os desajustes do homem. A produção divulga que a história é baseada em fatos reais, e isso ainda é um atrativo extra para quem acompanha a bem humorada jornada, ainda que com toques certeiros de melancolia.
Se há uma mensagem (daquelas que Mario Quintana abominava, quando dizia que "quem traz mensagem é carteiro")? Talvez haja sim uma perspectiva de reflexão sobre os desajustados desse mundo, que não são poucos. O filme mostra que é possível vê-los como mais do que seres excêntricos, que eles também têm espaço para crescer como indivíduos, dentro de suas limitações.

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