Marcelo Ádams

Marcelo Ádams

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Uma vida melhor

Este Uma vida melhor (direção de Chris Weitz, 2011), colocou o ator mexicano Demián Bichir na lista de cinco candidatos ao último Oscar de Melhor Ator - que perdeu para o francês Jean Dujardin, de O artista.
Bichir é um imigrante mexicano que vive ilegal nos Estados Unidos, trabalhando como jardineiro para sustentar seu filho de 14 anos (perigosamente próximo de se envolver com as gangues de chicanos que infestam Los Angeles). É uma história muito simples, mas com um roteiro muito bem articulado e eficiente em suas poucas reviravoltas. Trata-se de uma odisseia empreendida por esse pai de família em busca de dignidade e "uma vida melhor", como explicita o título do longa. O grande destaque é a atuação de Bichir, magnética e absolutamente convincente. Com economia comovente de recursos, o ator nos conduz à simpatia incondicional por seu périplo pelas ruas muitas vezes pouco amistosas da grande cidade norte-americana. É comovente, também, a crença nos bons valores e na justiça, mesmo quando o mais fácil parece ser ultrapassar a barreira da correção e se deixar levar pela mágoa provocada pela injustiça social.
É um filme obrigatório para quem se interessa pela terrível situação dos imigrantes, que fazem de tudo para alcançar um mítico país de oportunidades. É o que se vê pelo mundo todo, seja com africanos, paquistaneses e indianos, por exemplo, que submetem-se às maiores humilhações para entrar na Europa e tentar recomeçar uma vida mais digna; seja com os mexicanos, que são mortos em grande número nas frustradas tentativas de atravessar para os EUA, guiados pelos "coiotes", os guias mercenários que extorquem muitas vezes tudo que esses pobres coitados têm, por um sonho amargo.

Demián Bichir em cena de Uma vida melhor

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