Marcelo Ádams

Marcelo Ádams

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

ESPETÁCULO DO CURSO DE TEATRO DA UERGS VAI PARA SÃO PAULO


O Itaú Cultural lançou neste ano a convocatória a_ponte- Cena do Teatro Universitário, na qual poderiam se inscrever espetáculos produzidos em instituições superiores de ensino de Teatro de todo o Brasil, para participarem de uma Mostra do que de melhor se faz no teatro universitário do país. Foram 230 trabalhos inscritos, para que fossem escolhidos apenas 14 espetáculos, e entre eles está Nosso Estado de Sítio, da graduação em Teatro - Licenciatura da Uergs, o único espetáculo contemplado do Rio Grande do Sul, que se apresentará em São Paulo no dia 26 de janeiro de 2019. Neste link está o resultado com os 14 espetáculos selecionados de todo o Brasil: http://www.itaucultural.org.br/confira-os-espetaculos-selecionados-para-a-convocatoria-a_ponte-cena-do-teatro-universitario 

Nosso Estado de Sítio foi criado na graduação em Teatro - Licenciatura da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, com direção do professor Dr. Marcelo Ádams e participação de 15 alunos em cena, além do próprio professor Marcelo que também atua na montagem. Os alunos foram provocados a identificar no texto Estado de Sítio, de Albert Camus, equivalências com a situação política que vivemos no Brasil e identificar doenças que afligem a população: ameaças de totalitarismo, retirada de direitos adquiridos, recuo nas políticas de direitos humanos e reconhecimento da existência de diversidade nos mais variados âmbitos da existência humana. 

O espetáculo recria a fábula de Camus: a chegada da Peste a uma pequena cidade litorânea traz consigo o autoritarismo e a violência. A proposta de nossa encenação é baseada nas ideias de coralidade e de um teatro de imagens, as quais se constroem nos corpos e com os corpos dos atores e atrizes. A partir de improvisações conduzidas, relacionadas aos conteúdos poéticos que se queriam alcançar, extraiam-se imagens e ações que pudessem ser desenvolvidas em direção a uma estrutura dramatúrgica. A montagem busca uma teatralidade escancarada, com soluções cênicas que não se propõem a reproduzir ações realistas, para que se concretize em cena uma poesia possível, surgida da expressão dos corpos e do desejo de usar a linguagem teatral como território privilegiado para falar do que é caro a esses jovens estudantes, nesse momento de indefinições extremas no que tange à manutenção de um regime democrático no Brasil. 

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