Alberto Manguel, ensaísta canadense-argentino, em seu livro À mesa com o chapeleiro maluco (São Paulo: Companhia das letras, 2009), escreve:
"Não saber que tarefa foi a eles destinada, mas sentir que eles podem saber quando esta foi cumprida: esse é o paradoxo que atormenta os artistas desde o princípio dos tempos. Os artistas sempre tiveram consciência de seu engajamento (ou de seu recrutamento) numa tarefa cujo objetivo final desconhecem. Eles podem perceber, às vezes, que conseguiram algo, sem entender exatamente o que nem como, ou desconfiar que estão prestes a alcançar alguma coisa que acabará por escapar-lhes, ou que lhes foi designada uma tarefa definida pela própria impossibilidade de ser realizada. Incontáveis monumentos, pinturas, sinfonias e romances inacabados testemunham seu húbris artístico; alguns outros proclamam bravamente que o sucesso está (ainda que raramente) entre nossas possibilidades."
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